O ano está quase terminando em nosso calendário, porém, na
Igreja Católica, o ano litúrgico se encerra já neste final de semana. A partir
de domingo, 2, inicia-se um novo Tempo Litúrgico, o Advento, com uma
espiritualidade em torno da expectativa do Cristo Salvador que nasce no Natal.
Nesta data, a Igreja celebra a encarnação do Filho de Deus e Seu nascimento
entre os homens.
De
acordo com o padre Demétrio Gomes, Diretor do Instituto Filosófico e Teológico
do Seminário São José, na Arquidiocese de Niterói, Rio de Janeiro, a ideia deste
tempo é colocar na mente e no coração de cada fiel uma expectativa para Aquele
que vem. Uma celebração dos fiéis da primeira vinda de Cristo, o Natal, e uma
preparação para a Sua segunda vinda, no sentido escatológico (finais dos
tempos).
A
palavra Advento vem do latim adventus,
que significa vinda. Nesta perspectiva, no primeiro tempo do calendário
litúrgico católico, a Igreja conduz os fiéis em três etapas.
O
1º domingo do Advento orienta para a vinda de Jesus no final dos tempos; no 2º e
no 3º domingo, a Igreja se centra na figura de João Batista e exorta os fiéis
para a vivência da paciência e da alegria pela proximidade do Cristo que vem e,
por fim, no 4º domingo, a Igreja se centra no mistério da encarnação no seio da
Virgem Maria, onde a preparação é bem mais imediata para o Natal do
Senhor.
Como
a família e os jovens podem viver o Advento?
Segundo
Padre Demétrio, a liturgia da Igreja não deve ser somente celebrada, mas também
vivida, logo o fiel católico deve fazer com que a sua vida cotidiana ande no
mesmo compasso daquilo que se celebra na liturgia.
“A
Igreja nos permite, dando alguns subsídios para que nós possamos impregnar nossa
vida com este sentido litúrgico através de pequenos meios que podemos utilizar.
Por exemplo, a família pode preparar um presépio em casa, num lugar bem visível,
onde os familiares possam sempre lembrar que, vendo a manjedoura ainda vazia,
esperando Jesus, nosso coração deve estar sempre preparado para acolher o Filho
de Deus,” orienta o padre.
Além
do presépio, a família pode compor uma árvore de Natal que, segundo padre
Demétrio, é um símbolo eminentemente cristão. Outra proposta do padre é fazer um
calendário para o Advento onde os fiéis podem escrever, em todos os dias,
pequenas penitências para se realizar ao longo do dia.
“E,
então, mais próximo do Natal, a celebração da Novena de Natal em família, quando
os jovens podem convidar os amigos que estão mais afastados da Igreja para que,
este momento de oração em preparação da vinda do Senhor, seja para eles ocasião
de conversão e mudança de vida,” propõe.
Um
tempo de renovar as esperanças
De
acordo com padre Demétrio, o católico é convidado, de modo especial neste tempo,
a renovar as esperanças. Apesar das situações adversas, muitas vezes duras e
tristes que o cerca, o fiel é chamado a esperar mesmo quando não há motivos para
ter esperança, pautando sua vida na Palavra de Deus.
“Vivemos
em um tempo de profundo pessimismo, em que as estruturas humanas parecem que não
nos dão mais razões de esperança futura. A nossa alegria, a nossa esperança, a
razão da nossa fé não se encontram nas situações humanas circunstanciais que nos
cercam, mas se encontram alimentadas na Palavra de Deus. E, porque este mesmo
Deus não muda sua palavra, porque a Palavra de Deus é eficaz, porque Deus não
frustra, nós podemos manter, a pensar de toda aparência que nos enche de
pessimismo, uma alegria e um otimismo profundo que deve caracterizar a vida do
cristão,” disse.
Vivendo
esta esperança na Providência Divina, explica o padre, o cristão não é uma
pessoa ingênua e ao mesmo tempo não é pessimista. “É uma pessoa que tem um
otimismo sobrenatural que não se baseia na tranquilidade e no bem estar que o
cerca, mas se baseia, mesmo diante das situações complicadas, na convicção de
que o Senhor triunfará.”
Fonte Canção Nova/ via MJ/ Via Devotos da Mãe
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